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O mundo é
complicado. Há tantas formas de simplificar as coisas, mas o ser humano gosta
de ser o destruidor de tudo. O que eu digo é bem sério. Eu não aguento mais ver
as coisas como estão, mas não posso mudar a tudo sozinho, e isso está me
destruindo por dentro…
É horrível
ver toda a pobreza que há e não poder fazer nada. E quando falo de pobreza não
me refiro a países da África central como o Congo, mas sim de lugares próximos
aqui no Brasil mesmo (não que países africanos não mereçam ajuda). Há lugares
no meu e no seu lado que precisam de ajuda, e parece que ninguém faz nada sobre
isso. ISSO ESTÁ ME MATANDO.
Há pessoas
que podem ler esse texto e pensar “Então por que você não vai e da tudo que
tem?”, sinceramente, se eu falasse que faria isso seria mais hipócrita que
governantes que dizem que a nova previdência irá ajudar aos trabalhadores.
Mas quando
me expresso sobre o que me aflige no mundo não é só a pobreza. Quem dera fosse
só isso…
Certo dia
estava em uma excursão á Brasília com meu colégio e encontrei uma senhora
sentada em frente a catedral. Eu sentei ao lado dessa senhora e comecei a olhar
o sol, pois estava um por do sol muito lindo, e fiquei lá admirando um dia que
havia sido ótimo. Essa moça começou a falar comigo, e disse que queria se matar.
Eu -que nunca lidei com uma situação como essa- fiquei sem palavras, e ela
continuou a falar sobre o quanto que ela não encontrava mais seu espaço no
mundo e que queria se jogar do viaduto que havia do lado. A única solução que
me pareceu viável na hora foi falar meus conhecimentos sobre Deus, e honestamente
falando, nem sei se deveria ter feito isso. Depois que falei alguns clichés que
apareceu desesperadamente na minha cabeça, meus professores falaram que estava
na hora de tirar a foto da turma, avisei para a moça do meu lado que iria
voltar. Depois da foto, fui fazer o que me parecia mais correto e fui falar com
meus professores. Quando os contei sobre a situação, simplesmente me falaram
para eu voltar para o ônibus e não fazer nada sobre ela. Simples.
Eu fiquei de
boca aberta. Como que eles puderam mandar eu fazer isso? E logo um deles é
psicólogo, que simplesmente mandou eu ignorar uma senhora que queria se jogar
de um viaduto. Esse tipo de atitude nem me impressiona mais, pois o ser humano
é capaz de até menos compaixão que isso. Pessoas são horríveis. Nós somos
horríveis.
Se querem
uma conclusão da história, vou dar. Eu fui para o ônibus. Passei a volta com o
coração apertado, pois eu não saberia o que fazer se ela se matasse. Ainda hoje
penso nela, peço a Deus que ela esteja bem… Mas eu não sou nenhuma vítima. Sinto
que eu errei.
Mas é isso,
o ser humano não ajuda nem mesmo sua espécie, imagina os outros seres do
planeta? Nós somos destrutiveis. E eu só estou esperando tudo acabar logo.
Sugestão
musical: Agora meu coração é um lixeiro azul vazio escroto - Cidade Dormitório
